Love Always, Charlie

E eu me pergunto se existe algum Charlie por aí.
E a resposta é não.
Só existe um bando de gente,
mas não o Charlie,
só isso
um bando de gente.
Gente que enxerga as coisas, as compreende e fica quieto.
Gente que é invisível.
Gente que quando a gente ama não ama a gente,
e que não quer ser a paixonite de ninguém,
quer apenas que quando alguém gostar dela
ela fale abertamente sobre seus sentimentos
para que ela possa gostar de volta.
Gente que não entende como pessoas legais podem gostar de gente idiota.
Gente que não tem ciúmes,
só não quer ver a pessoa amando outra.
Gente que quer ser psicopata junto
e que observa a vida fora da pista de dança para ver melhor as coisas.
Gente que nunca teve um beijo roubado do amigo
e nunca viu a irmã se pegando com o namorado chato no quarto de casa.
Gente que nunca teve o professor como único amigo do dia
e que leu milhares de livros.
Gente que sempre acha que o último livro que leu é o seu preferido
até ler outro.
Gente que acha que se uma foto é linda,
é porque o conteúdo dela é lindo
e não o fotógrafo que é o super-herói.
Gente que grita dentro do túnel.
Gente que acha que pode ser um herói.
Gente que acha que somos o que somos por várias razões
e muito possivelmente nunca saibamos quais são essas razões.
Gente que nunca amou o amigo.
Gente que bate nos outros para proteger os amigos.
Gente que escuta Asleep para dormir
e que escreve cartas com "Love Always".
Gente que não acredita que estão tocando uma música boa
"Puta merda, etão tocando música boa".
Gente que não sabe o que fazer depois que acabar a escola
e que adora fazer arte.
Gente que grava fitas com suas músicas preferidas para dar de presente aos amigos.
Gente que quer parar de chorar.
Gente que é feliz e triste ao mesmo tempo
e não entende como pode ser assim.
Gente que acha que é sentimental demais.
Gente que é feliz ao lado dos amigos.
Gente que está num namoro tão bom que prefere descobrir que um dos dois está com câncer.
Gente que é meio gay.
Gente que escreve poemas e se dá um A
depois abraça a mãe na porta da cozinha.
Gente que escreve um poema e se dá um A
depois se joga no banheiro e corta os pulsos.
Gente que acredita que aceitamos o amor que achamos merecer.
Gente que não abraça a mãe na porta da cozinha.
Gente que não não jura que pode se sentir infinito.
Gente que é só um bando de gente
e não o Charlie.



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