Releitura - "O coração delator" (Edgar Allan Poe)
Estou nervoso, muito nervoso.
E apenas sei,
do que não sei,
do que não quero,
do que não temo.
Apenas sei,
dos meus contentos,
do meu cabelo ao vento,expelindo a liberdade,
como abutres que voam,
sem contar a verdade.
Apenas sei
de quem não sou,
das noites estranhas de calor,
além do frio que corroe o interior,
do coração delator.
E como já dizia o louco,
que não se dizia ser louco,
"Estou nervoso, muito nervoso!"
E apenas sei,
que nunca fora tão bondoso,
como na semana em que o matei.
Fora todo cauteloso,
noite após noite,
entre a porta um tanto aberta e um feixe de luz,
mas aquele som estrondoso,
me pirava como um louco,
com o assoalho torto,
que ao ato me conduz.
"Como fora eu doido,
sendo tão paciente?"
Apenas sei,
do som que se parecia com o tic-tac do relógio,
que me afrontava a face,
do desespero ao enlace,
que levou minhas mãos ao pano
que o embrulhou.
Apenas sei,
da pura dor,
do impulso em que o matei,
o relógio gritava,
me atrapalhava,
e eu surtava
com o som do tambor.
Parecia um tambor,
mas três homens chegaram,
checaram a sala, a cozinha e eu disse:
"- O quarto! Venham ver o quarto!",
daquele velho senhor.
Nada de diferente me denunciava,
mas o tic-tac do relógio aumentava,
entre aquelas gargalhadas,
entre mil e uma pancadas,
eu me exaltei.
"-Parem demônios. PAREM!"
eu gritei.
Mas eles não pararam,
e eu surtei.
Despreguei o assoalho,
desmenti todo o falsário,
e ainda mais alto eu escutei.
É,
eu me enganei,
o coração do velho ainda batia,
parecia o tic-tac do relógio,
como eu previa,
mas o tambor explodia.
Era o seu coração.
Apenas sei,
do que não sei,
da minha loucura,
de todo o meu furor.
Apenas sei,
que de novo,
pareço um louco,
e digo e repito:
"- Estou nervoso, muito nervoso!"
E apenas sei,
do que não sei,
do que não quero,
do que não temo.
Apenas sei,
dos meus contentos,
do meu cabelo ao vento,expelindo a liberdade,
como abutres que voam,
sem contar a verdade.
Apenas sei
de quem não sou,
das noites estranhas de calor,
além do frio que corroe o interior,
do coração delator.
E como já dizia o louco,
que não se dizia ser louco,
"Estou nervoso, muito nervoso!"
E apenas sei,
que nunca fora tão bondoso,
como na semana em que o matei.
Fora todo cauteloso,
noite após noite,
entre a porta um tanto aberta e um feixe de luz,
mas aquele som estrondoso,
me pirava como um louco,
com o assoalho torto,
que ao ato me conduz.
"Como fora eu doido,
sendo tão paciente?"
Apenas sei,
do som que se parecia com o tic-tac do relógio,
que me afrontava a face,
do desespero ao enlace,
que levou minhas mãos ao pano
que o embrulhou.
Apenas sei,
da pura dor,
do impulso em que o matei,
o relógio gritava,
me atrapalhava,
e eu surtava
com o som do tambor.
Parecia um tambor,
mas três homens chegaram,
checaram a sala, a cozinha e eu disse:
"- O quarto! Venham ver o quarto!",
daquele velho senhor.
Nada de diferente me denunciava,
mas o tic-tac do relógio aumentava,
entre aquelas gargalhadas,
entre mil e uma pancadas,
eu me exaltei.
"-Parem demônios. PAREM!"
eu gritei.
Mas eles não pararam,
e eu surtei.
Despreguei o assoalho,
desmenti todo o falsário,
e ainda mais alto eu escutei.
É,
eu me enganei,
o coração do velho ainda batia,
parecia o tic-tac do relógio,
como eu previa,
mas o tambor explodia.
Era o seu coração.
Apenas sei,
do que não sei,
da minha loucura,
de todo o meu furor.
Apenas sei,
que de novo,
pareço um louco,
e digo e repito:
"- Estou nervoso, muito nervoso!"
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