Júlia

Aquele que te ensinou a rezar foi o mesmo que te pôs de quatro no momento da reza.
Te virou do avesso, e você ainda nega.
Não confessa que o vinho estava um pouco ardido demais, e nem o pão estava tão bom.
Dormido.
Fingiu que estava dormindo, mas o esperava no quarto toda madrugada.
As 4 da manhã. De quatro. Na cama. Com lençóis brancos.
Tu é insana.
Foi mesmo amor, Júlia?
Cadê aquele seu terço que tu coloca no meio do peito pedindo proteção a não sei quem?
Nem lembrou dele né, safada?
Já caiu tempestade no seu coração hoje?
Já ficou de quatro por nenhum trocado?
Já rezou aos santos que te perdoem?
Já espetou o olho do capeta na cruz de hoje?

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